sexta-feira, 9 de dezembro de 2022
A seção 17 do compêndio traz a experiência de quilombolas do território do Alto Trombetas II na elaboração de seu próprio diagnóstico
A SBPC lança nesta sexta-feira, 9 de dezembro, o volume 17 da obra “Povos tradicionais e biodiversidade no Brasil – Contribuições dos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais para a biodiversidade, políticas e ameaças”. Esta seção apresenta a experiência de quilombolas do território do Alto Trombetas II na elaboração de seu próprio diagnóstico.
Dessa perspectiva, este volume se destaca dos demais por sua metodologia e autoria e contribui para a pluralidade de tipos de pesquisas e metodologias que informam os resultados apresentados nesta coleção.
Trata-se do diagnóstico realizado por quilombolas do Alto Trombetas II, de acordo com o próprio Protocolo de Consulta Prévia, Livre e Informada.
Ao longo do volume são apresentados: uma caracterização geral do território, uma breve história de sua ocupação e reconhecimento, bem como a resistência para aí permanecerem num contexto de restrições advindas da redefinição de sua ocupação e uso, com a criação de Unidades de Conservação – a Reserva Biológica do Rio Trombetas e a Floresta Nacional Saracá-Taquera, além da implantação da indústria de exploração de bauxita pela Mineração Rio do Norte. A agrobiodiversidade e seu uso são tratados em detalhe, considerando as oito comunidades que compõem o território.
A obra completa, com 17 seções, tem coordenação de Manuela Carneiro da Cunha (USP e Univ. de Chicago), Sônia Barbosa Magalhães (UFPA) e Cristina Adams (USP). Segundo as coordenadoras do projeto, o estudo compõe um acervo importantíssimo, não só para os tomadores de decisão, mas também para os povos tradicionais e cientistas de muitas áreas.
Trata-se de uma síntese das contribuições dos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais no Brasil para a geração e conservação da biodiversidade, além de outros serviços ecossistêmicos; das políticas públicas que os afetam positiva ou negativamente e dos conflitos e ameaças a que estão sujeitos. A pesquisa traz ainda avaliações e recomendações de órgãos internacionais acerca de compromissos assumidos pelo Brasil também são repertoriados.
O trabalho é resultado de uma encomenda do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), viabilizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), complementado pelo apoio de um doador que quis ficar anônimo e, ainda, com contribuição da Plataforma Brasileira de Serviços Ecossistêmicos (BPBES).
Dirigida a tomadores de decisão de todos os níveis, a obra segue as orientações da Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES). “O objetivo é reunir e resumir o conhecimento atual referenciado por fontes acessíveis ao público”, enfatizam as coordenadoras do projeto.
Confira abaixo a estrutura básica da obra, dividida em 6 partes e 17 seções, cada uma com um número variável de capítulos:
Povos Tradicionais e Biodiversidade no Brasil. Contribuições dos Povos Indígenas, quilombolas e Comunidades Tradicionais, para a biodiversidade, Políticas e Ameaças.
PARTE I. TERRITÓRIOS E DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS, QUILOMBOLAS E COMUNIDADES TRADICIONAIS
PARTE II. CONTRIBUIÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS, QUILOMBOLAS E COMUNIDADES TRADICIONAIS À BIODIVERSIDADE
PARTE III. POLÍTICAS PÚBLICAS DIRECIONADAS AOS POVOS INDÍGENAS, QUILOMBOLAS E COMUNIDADES TRADICIONAIS
PARTE IV. POLÍTICAS PÚBLICAS QUE AMEAÇAM OS POVOS INDÍGENAS, QUILOMBOLAS E COMUNIDADES TRADICIONAIS
PARTE V. AVALIAÇÕES INTERNACIONAIS
PARTE VI. PESQUISAS INTERCULTURAIS
Jornal da Ciência